quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Éramos

     Um sorriso, um abraço, uma lágrima. Posso ouvi-la dizer meu nome, meu amor. “Sentes meu coração? Aquele que foi teu um dia, meu eterno anjo?” Não há nada além do silêncio agora. Esse é o nosso adeus? Um adeus. Nunca pensei que haveria essa palavra em nossa história. “Se lembra de quando nos conhecemos? Sim, foi ali mesmo naquela praça, naquele banco, naquela chuva...” Nós éramos eternamente felizes (lembra-te?). Tu, com teu jeito de criança à espera de um pequeno pedaço de doce, me conquistastes, sem escalas, sem querer. Tu, com teu jeito tímido de ser, dizia sempre: “Tu sempre estarás aqui comigo?” Eu, apagando a ponta do cigarro em um lugar qualquer, só a abraçava, e cantava Elis Regina para ela. Tu me fizeste prometer que eu tentaria encontrar meu caminho de volta nesta vida. E cadê tal caminho? Ainda não o encontrei. Ás vezes me encontro perdida por aí, sem razões ou motivos para continuar. E esse adeus... Meu amor, minha flor, ainda não compreendo o motivo desse nosso adeus. Fora a falta. Falta do mundo, falta de nós. Falta de... Cansei! De nada irá adiantar eu enumerar as “faltas”; o fato é: o adeus chegou, e ele é pra valer. O fato também é: junto com essas lembranças, eu vejo o teu sorriso. Vejo o teu olhar, triste, e ao mesmo tempo, risonho. Vejo-te, imperfeita na sua mais bela perfeição. Vejo-to, e isso basta. Todas as minhas lembranças te mantêm próxima. E agora, quem decidiu mesmo esse adeus? “Se lembra de quando nos conhecemos? Sim, foi ali mesmo naquela praça, naquele banco, naquela chuva...” Nós éramos eternamente felizes (lembra-te?). Eternamente felizes...






Marília Buchacra.

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